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Crítica | Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword of Destiny

Há dezesseis anos atrás no ano de 2000, o diretor Ang Lee entregou ao mundo o filme O Tigre e o Dragão (Crouching Tiger, Hidden Dragon), longa que revolucionou os filmes de artes-marciais. Produzido quase todo na China e com um elenco só de atores chineses, o filme caiu nas graças dos críticos e do publico, ganhando vários prêmios pelos festivais por onde passou. Em 2001 foi indicado para seis categorias do Oscar dos quais levou quatro, melhor filme estrangeiro, melhor fotografia, melhor direção de arte e melhor trilha sonora.

O Tigre e o Dragão foi um tremendo sucesso e pouco tempo depois começaram a surgir rumores sobre uma possível continuação, como a trama do filme foi baseada no romance escrito por Wang Du Lu havia muita historia para ser contada, mas só agora esse continuação se tornou realidade pelas mãos do serviço de streming Netflix.

Visando o publico que vai ao cinema a Netflix começou a produzir seus próprios filmes com a intenção de lança-los tanto na internet como nas salas IMAX e ano passado tivemos a comédia The Ridiculous Six e o drama de guerra Beasts of No Nation.

Anunciado originalmente para 2015 Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword of Destiny chegou nos cinemas IMAX dos EUA e no serviço de streming nessa sexta passada (26), continuação direta do longa de 2000, Sword of Destiny tenta ser melhor que seu antecessor, mas passa longe disso, diferente da visão inovadora de Ang Lee, o diretor Yuen Woo-ping só conseguiu nos entregar um filme clichê de artes-marciais.

Na trama de Sword of Destiny dezoito anos se passaram desde a morte do lendário espadachim Li Mu Bai (Chow Yun-Fat), agora Yu Shu Lien (Michelle Yeoh), vive uma vida solitária e reclusa nas montanhas e se obrigada a voltar para Pequim para o funeral do seu benfeitor Sr Te (Lung Sihung). Nesse meio tempo o tirano Hades Dai (Jason Scott Lee), fica sabendo que a poderosa espada "destino verde" está escondida na casa do falecido Sr Te e arma um plano para rouba-la. Sem ter opções Shu Lien convoca os lendários guerreiros da "estrada de ferro" liderados pelo espadachim Lobo Silencioso (Donnie Yen), para que juntos protejam a espada.

Uma das grandes sacadas do primeiro longa é foi o fato dele ser diferente dos filmes de artes marciais convencionais, normalmente esses filmes tem uma historia bem rasa e o enfoque é nas cenas de luta. Em O Tigre e o Dragão a carga dramática é muito forte e os personagens são carismáticos, a sequencias de ação com as clássicas lutas coreografadas com os atores sustentados por cabos são apenas um detalhe que está ali para ajudar a contar a historia. Já Sword of Destiny da destaque para as lutas, a trama é totalmente superficial e sem sentido, tudo acontece por acaso, um tirano aparece sem mais menos, um fato curiosos é que Hades Dai (Jason Scott Lee), parece fazer parte da historia dos personagens principais a muito tempo e ele nem chega a ser sitado no filme anterior. Ainda tem uma vidente cega que surge na trama como inimiga mortal de Shu Lien (Michelle Yeoh), mas sem nenhum motivo para isso. Outro desperdício de talento e Donnie Yen que era pra ser a surpresa da historia, mas seu personagem é tão mau aproveitado que quando é revelado quem realmente ele é não faz a minima diferença. Ainda tem um casal de jovens aprendizes que nem chegam a sombra da dubla Jen Long (Zhang Ziyi) e o ladrão do deserto Lo (Chang Chen), do longa anterior.

Como dito acima, as sequencias de luta tem mais destaque, porem nem de longe lembram as excelentes lutas do primeiro, faltou um pouco mais de cuidado, as lutas são muito amadores e ruins, ainda mais quando lembramos da sequencia sobre a floresta de bambus, aqui temos uma horrenda luta sobre um lago congelado, em um comentário sobre o filme uma pessoa disse: "se uma luta com Donnie Yen sobre um lago congelado é chata é porque temos algum problema".

Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword of Destiny é um exemplo que o sucesso do filme anterior pesa e muito sobre os ombros da continuação, uma historia fraca e sem sentido e personagens pouco carismáticos contribuíram para o fracasso do longa que está sendo massacrado pela crítica chegando a marca de 18% no Rotten Tomatoes contra esmagadores 98% de O Tigre e o Dragão. Para piorar a situação muitas redes de cinemas dos EUA resolveram boicotar o filme por não concordarem com esse método da Netflix de lançar o filme simultaneamente na internet e nos cinemas. Agora é esperar para ver se os filme produzidos pela gigante do streming alcancem a mesma qualidades das séries.

Avaliação: Ruim

Ficha técnica:

TÍTULO Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword of Destiny (Original)

ANO PRODUÇÃO 2016

DIRIGIDO POR Yuen Woo-ping

ESTREIA 26 de Fevereiro de 2016 ( Brasil )

DURAÇÃO 100 minutos

CLASSIFICAÇÃO 14 Anos

GÊNERO Drama, Ação, Aventura

PAÍSES DE ORIGEM EUA, China

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