Crítica | Demolidor: Segunda Temporada
O demônio de Hell’s Kichten voltou.
Ano passado Demolidor e Jessica Jones mostram que não vim eram para brincadeiras, o clima mais adulto e sombrio deu o tom e nos mostrou que a pegada seria bem diferente dos filmes, violência, sexo e personagens mais complexos foram explorados de uma forma mais direta, o sucesso de crítica e público foi inevitável, não demorou muito para que as segundas temporadas de ambas as séries fossem confirmadas.
Depois de muita expectativa Demolidor ganhou mais 13 novos episódios que confirmaram o sucesso obtido no primeiro ano. Agora Matt Murdock (Charlie Cox), precisa mais do que nunca conseguir conciliar sua vida como vigilante mascarado a noite com o seu trabalho como advogado na empresa que abriu com seu amigo Foggy Nelson (Elden Henson), de dia. As coisas estão indo bem, Matt está mais à vontade em combater os criminosos e não se martiriza com questões como, será o que estou fazendo a coisa certa. Tudo flui normalmente mesmo com Foggy pegando no pé do amigo pela vida dupla que leva, até um romance com Karen (Deborah Ann Woll), parece viável para nosso herói. Tudo muda quando gangues começam a serem massacradas por outro vigilante o implacável Justiceiro (Jon Bernthal), mostra para o Homem Sem Medo que o trabalho de como vigilante está sendo feito pela metade, já não bastasse isso Elektra (Elodie Yung), um antigo amor de Matt volta para assombra-lo com lembranças do passado.
O segundo ano de Demolidor corrige todos os pequenos defeitos da primeira temporada e amplifica todas as qualidades, agora os atores Charlie, Elden e Deborah que formam o trio de atores protagonistas estão visivelmente mais à vontade em seus personagens o que os fazem entregar interpretações convincentes, Antes Matt se preocupava em manter sua vida dupla em segredo, agora além de combater os criminosos mais violentos ele precisa lidar com as constantes discussões como seu amigo Foggy que teme pela vida do seu sócio e amigo, além de continuar mentindo para seu novo amor Karen, os diálogos e a química entre o trio continua muito boa. Mais o destaque mesmo fica com Jon Bernthal, depois de três filmes fracassados o Justiceiro finalmente ganha uma versão de carne e osso digna dos quadrinhos. Como não é a sua série a história de Frank Castle é contada de forma bem simples e sem muito aprofundamento em fatos do seu passado, tudo o que é mostrado é exatamente o que você precisa saber para entender as motivações do vigilante embora um background seja deixado no ar para que possa ser usado em uma possível série solo. Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead), entendeu o espirito do personagem trágico e o interpretou de maneira primorosa, os embates ideológicos com o Demolidor são tão bons quanto as lutas, os fãs dos personagens nos quadrinhos vão vibrar ao ver as referências. Castle quer dar uma solução definitiva matando os bandidos das formas mais cruéis possíveis, já Matt tem de mostrar que esse não é o caminho certo a seguir, os embates entre ambos os levam a ter uma visão do ponto de vista um do outro. O Justiceiro de Bernthal é excelente e faz o espectador acreditar e torcer por ele em poucos episódios, outro ponto forte é que sua história dá o tom e segue por toda trama da temporada.
Como o Justiceiro, Elektra também não teve versões satisfatórias no cinema, com sua participação pífia no filme do Demolidor e o seu desastroso filme solo. Desse fez Elodie Yung recebeu a missão de dar vida a ninja assassina da Marvel, mesmo não sendo tão boa como o Justiceiro, Yung conseguiu apagar de nossa memória a Elektra de Jennifer Garner, aqui a personagem depressiva e perdida dos filmes sai e dá lugar a uma assassina fria e calculista que se apaixona pelo enigmático Homem Sem Medo, o envolvimento de Elektra guarda o ponto chave da temporada e tudo gira em torno dela, fica difícil dizer se uma série solo dela é viável, mas que sua participação nessa temporada do Demolidor foi excelente, isso é preciso ser dito.
A segunda temporada de Demolidor veio para consolidar o sucesso já obtido ano passado, o número de episódios continua bom, 13 ao todo, isso evita que a trama caia em episódios arrastados que estão ali apenas para preencher espaços, vários mistérios são revelados e outros novos são deixados como pontas soltas para um futuro terceiro ano. Os erros foram corrigidos, os atores entregam atuações excelentes fazendo assim uma temporada perfeita que não tem medo de explorar todo aquilo que faz do Demolidor o demônio de Hell’s Kichten. A única coisa que devo dizer que não gostei foi fato da série ainda não citar de maneira mais forte os outros heróis que fazem parte do mesmo universo, a pequenas referências a Jessica Jones e Luke Cage e os mais atentos vão ver que dicas para o Punho de Ferro são dados desde a primeira temporada, mesmo assim acho isso muito pouco até porque todos esses estão juntos em uma série só intitulada de Os Defensores que pelo andar da carruagem deve estrear em 2018.
Avaliação: Excelente!