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Crítica Completa | Capitão América: Guerra Civil!


Demorei para escrever essa crítica porque não queria expressar a minha opinião sobre o filme no calor das minhas emoções. Então resolvi absolver as reações de várias outras pessoas, ler algumas críticas e ver alguns vídeos para ter certeza que não seria meu lado fã falando. Depois de tudo isso cheguei à conclusão que não se tratava de uma emoção passageira ou euforia de fã, Capitão América: Guerra Civil além de ser um excelente filme da ação e aventura é o melhor filme de super-heróis da história.

A dupla de diretores Joe e Anthony Russo mostraram em O Soldado Invernal que sabem como fazer um bom filme baseado em quadrinhos. Em Capitão América: Guerra Civil a dupla se superou entregando um filmaço de ação, que sabe alternar os momentos explosivos com boas doses de humor e descontração (o famoso padrão Marvel de fazer filmes), se no segundo tínhamos um thriller de espionagem, aqui temos thriller político e psicológico.

Todos sabem que o Capitão América (Chris Evans), e o Homem de Ferro (Robert Downey Jr), nunca compartilharam da mesma visão e opinião daquilo que faziam para proteger o mundo. A rixa entre os dois vem sendo orquestrada desde Os Vingadores, e a cada encontro as diferenças sempre os levavam a uma luta. Guerra Civil mostra o ápice dessas diferenças e os dois entram verdadeiramente em conflito, o problema é que não são apenas eles os afetados, agora os Vingadores é um grupo enorme e o Tratado de Sokovia cai como um raio dividindo a equipe ao meio, aqueles que concordam em agir sob as ordens das nações unidas (Time Homem de Ferro), e aqueles que querem continuar agindo livremente (Time Capitão). Ainda temos a presença do Soldado Invernal, Bucky (Sebastian Stan), amigo do Capitão que entra na história para deixar tudo ainda mais complicado.

Chris Evans finalmente achou o tom certo para o seu Capitão, um soldado fora do seu tempo, que faz de tudo para fazer o que é certo, Robert Downey Jr continua amadurecendo junto com o personagem, a evolução desses dois personagens é notável ao longo dos filmes, agora temos interpretações memoráveis de ambos, os Russo sabem como usar o melhor de cada um, na verdade é incrível como eles conseguiram fazer isso com todos os heróis que estão em cena, cada um tem seu arco completo, eles não estão ali só para fazer volume, cada participação é importante mesmo que pequena.

Além de continuar o universo cinematográfico da Marvel e dar início a fase 3, Guerra Civil tem que expandir os horizontes, assim somos apresentados a dois novos heróis, Pantera Negra (Chadwick Boseman), e o já conhecido Homem Aranha (Tom Holland). O herói africano vem com tudo e sua presença e escolha de qual lado vai ficar é primordial para o desenrolar da trama, Chadwick Boseman incorpora muito bem T'Challa príncipe herdeiro do trono de Wakanda, além de ser o herói lendário do país. A cada aparição do Pantera Negra temos um show do estilo único de luta de T’Challa, as lutas coreografadas são excelentes, sem falar uniforme do Pantera que é simplesmente maravilhoso.

Outro mérito dos irmãos Russo é a entrega do melhor Homem Aranha do cinema. Tom Holland dá vida nova ao cabeça de teia de uma forma que nunca foi explorada nos cinco filmes anteriores, tagarela e fazendo piadas o tempo todo, Tom nos mostra um Aranha ainda jovem e imaturo que nem sabe usar suas habilidades direto, ver ele em ação ao lado dos demais é um sonho que se tornou realidade.

Muitos vêm se queixando que o maior erro do filme seja o vilão Helmut Zemo vivo por Daniel Brühl, aqui eu discordo, é preciso ter uma visão mais ampla para entender o que os diretores quiseram passar com essa versão que está tão distante do Barão Zemo dos quadrinhos. Zemo não é um vilão fodão, ele é simples, talvez até demais para um filme dessa magnitude, mais o que ele tem de simples, tem de assustador, Helmut mostra com seu bem arquitetado plano que nem os maiores heróis da Terra estão imunes as emoções humanas, e podem cair em desgraça se não conseguirem controla-las, é preciso entender que esse ainda não é o Barão Zemo, os Russo criaram um novo vilão que pode ser usado futuramente.

Claro que alguns pequenos deslizes existem, o superpoderoso Visão (Paul Bettany), tem pouco espaço, ele chega a sumir durante uma luta, a Viúva Negra parece avulsa em alguns momentos, Scarlett Johansson parece ligar o piloto automático por perceber que sua personagem não vai ter tanto destaque dessa vez. Outra queixa, talvez minha maior reclamação sobre as produções da Marvel é falta de ligações com o resto universo, as séries de TV deviam ter mais espaço, se a ideia era controlar os seres poderosos da Terra, porque os vigilantes de Hell’s Kichten não foram citados, e a ameaça dos Inumanos de Agent of S.H.I.E.L.D, parece inexistentes. Porem nada disso ofusca o brilho de Capitão América Guerra Civil, os irmãos Russo executaram com maestria a difícil tarefa de adaptar um dos arcos mais celebres dos quadrinhos, e conseguiram criar sua Guerra Civil, porque seria impossível recriar com fidelidade o evento das HQs. O efeito 3D é totalmente dispensável, a trilha sonora continua boa.

Capitão América Guerra Civil elevou ainda mais o padrão dos filmes da Marvel, fato que me deixa preocupado porque obriga que os demais longas que estão por vir pelo menos mantenham esse nível. Em 2018 e 2019 temos, Vingadores: Guerra Infinita Parte 1 e 2 respectivamente, que serão comandados pelos irmãos Russo, que já mostraram em dois filmes que sabem fazer com os heróis não aquilo que os fãs querem, mais sim, aquilo que o público gosta de ver.

Avaliação: Excelente

Ficha técnica:

TÍTULO Captain America: Civil War

ANO PRODUÇÃO 2016

DIRIGIDO POR Joe e Anthony Russo

ESTREIA 28 de Abril de 2016 ( Brasil )

DURAÇÃO 147 minutos

CLASSIFICAÇÃO 12 Anos

GÊNERO Ação, Aventura

PAÍSES DE ORIGEM EUA

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