Crítica | Warcraft: O Primeiro Encontro Entre Dois Mundo
Sempre achei que adaptações de grandes franquias dos videogames não davam certo pela ausência da interação entre protagonista e jogador, se nos jogos os fãs ajudam de fato o protagonista a conquistar seus objetivos, no cinema ele apenas observa tudo sem poder interferir, como se tivesse assistindo uma sessão de cutscenes do jogo.
Porém, depois de assistir o tão aguardado “Warcraft: O Primeiro Encontro Entre Dois Mundo”, mudei de opinião e cheguei à conclusão que basta o filme ser bem feito, respeitando tanto os fãs quanto o público comum que não conhecem toda a mitologia da história que está sendo contada que no fim teremos uma boa, ótima e porque não dizer excelente adaptação de um jogo de sucesso para o cinema.
Warcraft é dirigido por Duncan Jones (Luna), fã declarado da franquia, que abraçou o projeto e o conduziu com todo o carinho que só um fã poderia fazer. O que Jones acertou logo de cara foi o visual brilhante e fantástico do filme, a riqueza de detalhes que os Orcs possuem é a nível Avatar de James Cameron, o realismo das criaturas é absurdo, sem falar nas armaduras dos humanos. As cenas e sequencias de ação são de encher os olhos e tirar o folego, em 3D tudo fica ainda mais bonito, mas onde o diretor Duncan Jones errou então?
Desenvolvida pela Blizzard, a franquia dos games foi ampliada para livros e quadrinhos e ao longo de 20 anos uma mitologia gigantesca foi criada, em outras palavras a muita história a ser contada e para quem não conhece ou nunca jogou ou leu qualquer coisa relacionada a esse universo fica totalmente perdido sobre as motivações dos personagens.
Quando se tem um universo tão vasto é preciso ter calma quando se vai adaptar para outra mídia, principalmente o cinema que abrange um público ainda mais diversificado, em vários momentos ao longo do filme, fica a pergunta de como esse personagem chegou a esse ponto, porque esse outro quer fazer terminada coisa. O diretor se preocupou em fazer um filme que agradaria os fãs mais se esqueceu de apresentar a trama e seus personagens ao público que nunca teve contado com o jogo, é inevitável não comparar com o primeiro filme da trilogia O Senhor Dos Anéis, em A Sociedade do Anel, Peter Jackson deixou um pouco de lado o ritmo frenético que as batalhas épicas proporcionariam e apresentou de maneira correta todos os personagens e suas motivações que compunham a trama.
Se objetivo era fazer uma trilogia Warcraft, faltou um pouco de paciência por parte do diretor e dos roteiristas em mostrar tudo de uma forma mais detalhada. Por fim “Warcraft: O Primeiro Encontro Entre Dois Mundo”, é um filme bonito, cheio de cenas de ação com uma trama sem pé nem cabeça, com personagens vazios sem carisma que não nos deixa com a mínima curiosidade para querer ver uma continuação, continuação que acho muito difícil que venha acontecer tão cedo, além de estar recebendo duras críticas pelos canais especializados (21% no Rotten Tomatoes até o fechamento desse texto), a bilheteria não está sendo nada animadora.
Fica aqui como conclusão, que não existe essa tal maldição de adaptações de jogos serem sempre ruins, o que nunca aconteceu foi um diretor e seus roteiristas conseguirem fazer um bom filme com as histórias contidas nos jogos. Vamos ver se o diretor Justin Kurzel consegue mudar isso com o seu Assassin’s Creed que estreia em dezembro.
Avaliação: Bom
Ficha técnica:
ANO PRODUÇÃO 2016
DIRIGIDO POR Duncan Jones
ESTREIA 02 de Maio de 2016 ( Brasil )
DURAÇÃO 123 minutos
CLASSIFICAÇÃO 12 Anos
GÊNERO Ação, Aventura, Fantasia
PAÍSES DE ORIGEM EUA