Crítica | Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo

O melhor filme nacional em muitos anos!

Fazer uma cinebiografia não é uma tarefa fácil quando o diretor se compromete em entregar algo realmente de qualidade. Muitos seguem o caminho mais simples seguindo a receita de pegar uma história real e transforma-la em um dramalhão tentando conquista o público pelo lado sentimental. Esse não é o caso de Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo, aqui o diretor Afonso Poyart não facilitou as coisas, e entrega um filme de ação que vai fundo nos demônios mais íntimos da mente do protagonista para expor as motivações que levaram o rapaz pobre de Manaus a subir no octógono e se tornar campeão do UFC.

No filme Poyart mostra de maneira rápida e objetiva toda a trajetória do lutador José Aldo, desde sua juventude pobre, ainda mais complicada pela convivência conflitante com o pai violento (Jackson Antunes), e a mãe submissa (Claudia Ohana), que sofre constantemente violência doméstica, passando pelo relacionamento fragmentado com o a jovem Luiza (Paloma Bernardi), os conflitos com o playboy Fernandinho (Romulo Neto), sua ida para o Rio de Janeiro, os treinos e até sua consagração como campeão.

A trama seguei de maneira bem fluida e atuação digna de aplausos do ator José Loreto unida da fotografia de Carlos André Zalasik à montagem de Lucas Gonzaga, deixam tudo mais bonito, é lindo o jeito que o diretor utiliza o som e a imagem para ajudar a contar a história, história essa que em vários momentos nos faz lembrar do filme Rocky: Um Lutador, claro esse filme é referência para qualquer história de um homem que tenta vencer na vida lutando em um ringe.

Afonso Poyart dá um salto enorme nesse segundo trabalho, em seu filme de estreia, 2 Coelhos, ele usou e abuso do apelo visual, mais pecou na trama confusa. Em Mais Forte que o Mundo o diretor mostrou que o cinema nacional pode se igualar a produções estrangeiras, o longa não fica em nada atrás se comparado ao excelente Creed: Nascido Para Lutar. Outro ponto positivo que mesmo contando a história de vida de um lutador campeão do UFC em momento algum o filme faz propaganda do esporte ou o colocando como a salvação de Aldo. Muito pelo contrário, o foco aqui é a vida de Aldo e seus dilemas e tudo aquilo que o ajudou a se tornar campeão.

O filme pode decepcionar aqueles que vão esperando ver muita pancadaria e sangue jorrando, isso até tem, mas de um jeito certo que ajuda a contar a história. Já aqueles que são preconceituosos com o esporte, fica aqui a dica, para entenderem que muitas das vezes se tornar um lutador é o único caminho que alguns encontram para superar seus obstáculos e porque não a si mesmo.

Avaliação: Excelente