Crítica | Kickboxer: Vingança

Kickboxer: Vingança é um remeke do filme de 1989 estrelado por Jean-Claude Van Damme, Kickboxer: O Desafio do Dragão e tem objetivo de criar uma trilogia. Dessa vez o astro é Alain Moussi e Van Damme assume o papel do mestre que vai treina-lo para que ele possa enfrentar o campeão invicto do Muay Thai, Tong Po (Dave Bautista), para vingar a morte do irmão. Vou ser sincero que desde minha juventude eu gosto de filmes como esse, que não ligam muito para trama e tem seu foco nas cenas de ação e principalmente nas sequencias de lutas.

Kickboxer: Vingança, leva essa formula ao pé da letra o que também é um problema. O diretor John Stockwell até que soube dar a atenção devida para as lutas e cenas de ação, mas pecou na montagem, o filme é confuso e não faz sentido, os cortes entre passado e presente são muito bruscos e fica difícil entender o que está acontecendo. Ainda há alguns erros de continuidade, o personagem vivido por Georges St-Pierre, vaga pelo longa sem proposito algum o que acaba sendo um desperdiço, fica claro que ele poderia ter uma importância maior para história do personagem principal. Por falar em desperdiço, Stockwell ainda fez a proeza de dar uma personagem para Gina Carano que passa o filme todo sem dar um soco se quer (porquê??????). Outra personagem fraca é o interesse amoroso de Moussi, que some aparece o tempo todo sem motivo algum. Os diálogos são fracos e não dão peso algum a trama.

A graça de tudo definitivamente é o Van Damme, apesar do looping estranho e o fato de que, mais uma vez, ele mantém seus óculos escuros durante quase todo o filme, mesmo durante as cenas noturnas. Como o cínico Mestre Durant, JCVD tem muito tempo de tela, o que garante algumas lutas, com destaque para uma breve luta com St-Pierre. Apesar dos seus cinquenta anos, Van Damme está em tão boa forma como as co-estrelas mais jovens, como mostra a sua luta sem camisa contra Moussi, digna de aplausos. A verdade é: Van Damme é muito divertido e fica o desejo que o filme fosse uma sequência e não uma reinicialização. Ao lado de JCVD, Moussi parece um pouco sem graça, o roteiro esquece de explorar o relacionamento entre mestre/discípulo que é tão evidente no filme de 89.

Como o vilão Tong Po o astro Dave Bautista dá um show, e como JCVD, ele conseguiu ser melhor que o herói. Diferente do pequeno papel em 007: Contra SPECTRE, aqui Bautista faz um vilão bastante sólido que passa um ar de superioridade e imponência, coisa o personagem exige, quando Moussi fica frente a frente com ele é difícil de imaginar que ele vai sair vitorioso no final.

De fato, Kickboxer: Vingança é uma bagunça, além de ter vários furos e personagens mal aproveitados, mesmo assim pode trazer um pouco de diversão para os fãs (como eu), do gênero. Vale ressaltar que esse é o primeiro de uma trilogia, o segundo já está em processo de finalização e deve ser lançado em 2017. Fica aqui a esperança que os erros cometidos nesse sejam corrigidos na continuação, o filme tinha muito potencial para revitalizar um gênero que fez muito sucesso nos anos 80 e 90.

Avaliação do Crítico: Regular