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Crítica | Westworld - Primeira Temporada


Westworld nova série do canal HBO baseada no filme escrito e dirigido por Michael Crichton em 1973 é uma mistura de ficção cientifica e filosofia com uma trama surpreendente e uma narrativa inteligente que prende a atenção do espectador desde o primeiro episódio. Westworld é um parque temático que recria o velho oeste americano nos seus mínimos detalhes com intuito de proporcionar aos seus visitantes uma experiência muito próxima do realismo e o grande diferencial do parque são os anfitriões, robôs/androides que são réplicas perfeitas dos humanos que pode fazer absolutamente tudo que os hóspedes do parque quiserem, sem limites. Aventura, terror, assassinatos, sexo e muito tiroteio fazem parte do entretenimento dos turistas.

O roteiro escrito por Lisa Joy e Jonathan Nolan (isso mesmo, o irmão do diretor Christopher Nolan), poderia muito bem cair na mesmice de fazer uma trama já batida de humanos contra maquinas, mais não, a série vai muito além disso. A cada episódio nos deparamos com vários dilemas que nos fazem refletir a todo instante, por não se preocupar em esconder a violência ou tão pouco as cenas de sexo, a série nos permite ver até onde o ser humano pode ir para alcançar seus prazeres e desejos mais obscuros e escondidos.

A HBO não poupou dinheiro e nem esforços para manter o nível de produção alto, desde o figurino impecável até o elenco estrelar encabeçado pelo veterano Anthony Hopkins que encontrou em Robert Ford (um dos criadores do parque), seu melhor papel na fase atual de sua carreira. A experiência e o domínio de cena de Hopkins enriquecem ainda mais os belíssimos diálogos, principalmente quando ele está contracenando com Jeffrey Wright, o Bernard Lowe, Wright está incrível no papel, ele consegue entregar uma atuação brilhante que convence o espectador até que uma reviravolta na trama que venha nos surpreender novamente. O elenco ainda tem outros grandes destaques: Ed Harris como o misterioso Homem de Preto, Thandie Newton (Maeve Millay), Evan Rachel Wood (Dolores Abernathy) e o brasileiro Rodrigo Santoro (Hector Escaton), esses três últimos que vivem os androides com maior relevância a história, todos muito convincentes.

Além da atuação a série tem uma produção digna de cinema, uma fotografia impressionante, efeitos especiais de primeira e uma trilha sonora impecável, preste atenção nas músicas tocadas no piano do Cabaré, a cada episódio temos uma canção diferente, No Surprise do Radiohead, Black Hole Sun do SoundGarden e Black to Black da Amy Winehouse são uma delas.

Com tudo, Westworld é uma série que alguns podem não gostar, a trama e sua narrativa exigem uma atenção maior do espectador que deve estar atento a cada detalhe, fala, objeto ou até mesmo o título de cada episódio, tudo são peças fundamentais para a construção do quebra-cabeças que nos leva a compreensão da moral da história. Embora esse primeiro arco tenha começo meio e fim, muitas respostas nos levam a outras indagações e nos fazem querer saber mais, uma segunda temporada, claro, que só vamos ver em 2018.

Westworld é uma série acima da média e a tempos que não temos uma série tão boa e inteligente que conversa com seu espectador ao mesmo tempo que exige dele uma atenção maior para que sua mensagem seja compreendida. Não me espantaria se a série saísse ganhando diversos prêmios pelos festivais por onde vai passar. Agora os outros veículos precisam abrir os olhos e enxergarem que as séries estão em outro patamar, inaugurado pela HBO com Westworld.

Avaliação do Crítico: Excelente

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